A heteronormatividade na escola e as identidades homossexuais docentes

Abstract

Analisa-se as diferentes identidades docentes homossexuais, no contexto escolar, refletindo sobre o cotidiano da docência. Busca-se compreender como ocorrem as relações de interação entre o corpo docente e discente, analisando se estes professores sofrem preconceito devido a sua identidade de gênero, bem como investigar as experiências destes, e sua aceitação no ambiente no qual atua. O estudo teve como recorte espacial, a região Metropolitana de Porto Alegre, e a partir das falas dos respondentes, se realizou uma análise sobre os elementos que constituem o universo social e cultural, no qual estão inseridos a escola, os docentes e os discentes e no qual ainda prevalece a visão de uma sociedade que prioriza a heteronormatividade. Analisar as vivências destes docentes, por meio das entrevistas, possibilitou repensar o quanto é importante trazer esta temática nas escolas. Abordar esses discursos, no contexto escolar, é fundamental para que se possa atacar, de frente, o preconceito, cessar as piadas maldosas e a utilização de adjetivos absolutamente depreciativos, como bicha, viado, frango, marica ou baitola, e reconhecer que estes sujeitos têm direitos e que precisam ser respeitados, numa relação de equidade. Evidencia-se, através da pesquisa, a importância que a escola exerce, diante destas questões, ou seja, é necessário que busque trabalhar e dar visibilidade à diversidade. É preciso fortalecer as propostas de educação, para o respeito à diversidade, no ambiente escolar, criando condições e estratégias adequadas para esse exercício. Trazer essa contextualização para o ambiente escolar, contribui para a diminuição das diferenças, mostrando que cada ser é único e singular. Não basta somente estabelecer diálogos entre os diferentes, é necessário mudar estruturas, capazes de enfrentar a desigualdade e a injustiça, quanto à questão de gênero e sexualidade.